quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Assim me vejo

"Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós.

Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos.

Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo. Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal. Assim em nós opera a morte, e em vós a vida.

Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: Eu cri, por isto falei, também nós cremos, e por isso falamos. Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco.

E tudo isso se faz por vossa causa, para que a graça se torne copiosa entre muitos e redunde o sentimento de gratidão, para glória de Deus. É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia.

A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se vêem, mas sim as que não se vêem . Pois as coisas que se vêem são temporais e as que não se vêem são eternas. "

2 Coríntios 4:7-18


"Mas em todas as coisas nos apresentamos como ministros de Deus, por uma grande constância nas tribulações, nas misérias, nas angústias,nos açoites, nos cárceres, nos tumultos populares, nos trabalhos, nas vigílias, nas privações; pela pureza, pela ciência, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, por uma caridade sincera,pela palavra da verdade, pelo poder de Deus; pelas armas da justiça ofensivas e defensivas,através da honra e da desonra, da boa e da má fama.

Tidos por impostores, somos, no entanto, sinceros; por desconhecidos, somos bem conhecidos; por agonizantes, estamos com vida; por condenados e, no entanto, estamos livres da morte. Somos julgados tristes, nós que estamos sempre contentes; indigentes, porém enriquecendo a muitos; sem posses, nós que tudo possuímos! "

2 Coríntios 6:4-10


A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Porque não há dois evangelhos

Segue.

Ricardo Agreste - 22/10/2011 - Porque não há dois evangelhos from Ariovaldo Ramos on Vimeo.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

Antes de ser grande, é preciso ser pequeno

Na ultima década tive o privilégio de conhecer centenas de trabalhos com jovens por esse Brasil. Encontrei líderes dedicados e jovens comprometidos, mas também ouvi muitas reclamações de grupos que não conseguiam “engrenar” um ministério com juventude forte e relevante na igreja.

Quando passava o fim de semana com eles percebia que, aparentemente, o problema, na maioria das vezes, era simples, um problema de identidade.

Todos eles queriam ser um grupo de jovens relevante, forte e grande, mas não percebiam a coisa mais básica do crescimento: para ser grande, é preciso ser pequeno antes.

Nada pior para um ministério, ou uma reunião de jovens, agir como grande sendo pequeno.

Estes dias vi um novo modelo de “moto”, ela tem todo o formato de moto, mas com 2 rodas na frente. Logo pensei, este veículo de 3 rodas, mesmo sendo muito bonito, conseguiu juntar o “pior” dos dois mundos, a insegurança e a desproteção da moto, com a falta de mobilidade do carro. Em um dia chuvoso ou engarrafado o dono dessa “moto” vai pensar: por que eu não comprei um carro ou uma moto?

Se pensarmos como grandes, sendo pequenos, conseguiremos juntar o pior dos dois mundos e emperraremos o potencial do ministério e dos jovens.

Um dos erros mais comuns dos ministérios com jovens é se reunir no salão (templo) principal da igreja. Os jovens estão todos lá, mas parece que não estão.

Por exemplo: 30 jovens em um salão onde cabem 200 eles “somem”. Por natureza eles já não sentam juntos e também costumam sentar bem atrás. Com isso a reunião fica fria e impessoal, dando a sensação de que ninguém veio.

Aproveite que vocês “ainda” são pequenos e vão para uma sala ou uma casa, sentem em roda, coloquem menos cadeiras do que o número de pessoas que vocês estão esperando. Assim, quando alguém chegar atrasado, todos abrem a roda para colocar mais uma cadeira, criando o sentimento de assimilação e crescimento.

Muitos líderes não fazem isso por preguiça, pois o palco do salão já esta pronto com os instrumentos e tudo mais. Mas vale a pena o trabalho, sem contar com a “liberdade” de fazer um culto contemporâneo, coisa que às vezes não é permitido por estarem no “templo” da igreja.

Conheci uma igreja nos EUA que se reunia em uma escola diferente todo fim de semana, todo sábado eles passavam 4 horas montando tudo e no domingo mais 3 horas desmontando. Conversando com o pastor sobre o trabalho que dava para fazer isso, vi que valia apena tudo, pois não tinham despesas com templo próprio, conseguiram levar a igreja até os jovens, nas suas escolas e, além disso, geravam a consciência de que o trabalho para Deus não podia ter preguiça, tinha que ser com excelência.

Outra vantagem é no formato e na liturgia. Quantas vezes vi um culto de jovens começar com mais gente tocando no louvor do que nas cadeiras para louvar. Pra que tantos instrumentos? Pra que tanta gente no palco? Pra que palco?

Se quem vai conduzir o louvor sentar na roda juntamente com todos, tiver um ou dois violões e quem sabe um cajón, todos vão se sentir parte do grupo que está louvando ao Senhor, as vozes vão se destacar, e o propósito de cantar em comunidade para Deus será enfatizado.

E o melhor de tudo, da para fazer grupos de 3 a 5 pessoas para orar uns pelos outros, discutir os assuntos, ouvir a opinião desses pequenos grupos, fazer dinâmicas para assimilar melhor o que foi pregado, etc.

Essas são algumas dicas de como humanizar (no melhor sentido da palavra) e focar mais o seu grupo de jovens. Tenho experimentado isso na minha igreja e tem feito a diferença.

Mas para acabar quero dar uma notícia boa e ruim:

A noticia boa é que se você desfrutar das coisas boas de ser um grupo pequeno você vai fortalecer o grupo de jovens e vai crescer, mas a noticia ruim é que logo você vai ter que repensar tudo de novo, porque você vai deixar de ser pequeno.


Marcos Botelho

Ter fé é também correr riscos

O que é fé, senão uma aposta? Para aquilo se tem certeza a fé não é necessária. Fé é para aquilo que não se vê, que não se pode tanger, pode-se tão somente esperar. Ter fé é arriscar-se. Acreditar num futuro diferente e melhor é ter fé. Por isso que em Deus temos fé. Não o vemos, não o tocamos, mas cremos. É uma aposta que fazemos.

Isso acontece também nos relacionamentos. O casamento, por exemplo, é uma aposta. Não há certeza que vai dar certo, não se consegue prever o futuro. Mas quem se casa, o faz apostando que vai dar certo.

Em tudo na vida é assim. Por mais planejamento que se tenha, por mais que se tenha calculado todas as probabilidades, há sempre uma dose de imprevisão.

Quem não quer correr riscos não pode empreender coisa alguma, nem se relacionar com ninguém, porque relacionar-se é correr riscos, inclusive de se decepcionar muito e gravemente. Mas se não arriscar como saber?

Se não quer correr o risco de se decepcionar com pessoas, nunca se envolva, não faça amigos, se isole completamente, assim você não corre o risco de se machucar e também não machucará ninguém. Mas isso não é vida. É preciso arriscar-se.

Se você só vai participar de uma igreja quando encontrar uma em que as pessoas sejam perfeitas, cheias de fé, plenas de amor, retas em justiça, prontas para o céu, então se isole, fique só em sua casa, nunca entre em uma igreja. Mas se você aceita se arriscar para caminhar ao lado de gente capenga, falha, finita, pecadora, com todos os vícios e todas as virtudes que qualquer ser humano tem, então arrisque-se, envolva-se, comprometa-se com uma comunidade de fé.

Se você acha que o mundo não tem jeito, que nada nunca vai mudar, que os injustos sempre vão se dar bem e que os bons sempre vão sofrer, que não há nada que você possa fazer para alterar o mundo em sua volta para melhor, então não faça nada, fique olhando as coisas acontecerem e seja absorvido pelo seu cinismo. Mas se acredita que alguma coisa pode ser diferente e que você pode colaborar para isso; se você aposta que alguma coisa pode ser alterada se você deixar o imobilismo e o comodismo, então arrisque-se. Dê um salto de fé.

Se você acha que a vida é uma droga. Se não consegue ver nada de belo na vida, se não é agradecido por nada, então tem mesmo que ficar sentado num “trono de um apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar”, como já cantou Raul Seixas. Mas você pode se arriscar e fazer algo.

Se você acha que as palavras de Jesus são uma balela e que a proposta de amor ao próximo como lei maior não vale nada e não muda nada, então tudo bem, continue como está, vivendo uma religiosidade fria, sem vida e irrelevante. Se você vê a Deus como um Papai Noel bíblico que está pronto a dar a você os brinquedinhos que você tanto pede, se sua relação com o sagrado é infantil e baseada na troca, então continue se infantilizando.

Mas se você vê algo de transformador na mensagem de Cristo, algo revolucionário na proposta dos Evangelhos, então arrisque-se e comece a agir de modo a alterar para melhor o atual estado de coisas. Isso é fé.


Márcio Rosa da Silva

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Recomendo

Segue o vídeo do Paul Freston falando sobre o desafio da formação de novos lideres na igreja Cristã do brasil.

Paul Freston - 20-08-2011 from Ariovaldo Ramos on Vimeo.


A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Credo Apostólico

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna.

Amém.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

História em construção

Disseram-me que à medida que envelhecemos, melhor nos lembramos do passado. Não é verdade! Embora não esteja nem próximo da terceira idade, já posso constatar: muitos eventos se perderam irremediavelmente sob os escombros de um vento corrosivo chamado tempo.

Gostaria de lembrar o dia exato em que eu e meu pai saímos para colher cajus num matagal. Se eu cravasse essa data, seria meu feriado nacional. Elegeria como uma data mais importante que o natal ou a páscoa. Esse dia faz parte de minha memória mais remota. Não consigo registrar data mais antiga; e nela conquistei uma selva. Vivíamos em um bairro muito ermo com um nome peculiar: Cocorote. Só depois de adulto, numa conversa informal, aprendi seu significado; quando um brigadeiro da Força Aérea Brasileira nos divertia em um jantar em sua homenagem, contando peculiaridades do mundo da aeronáutica. Sei que ele nem percebeu a minha felicidade quando jocosamente explicou o nome do meu primeiro bairro. Inicialmente nos informou que os americanos usaram Fortaleza como pista de apoio e reabastecimento para poderem alcançar a costa da África na II Guerra Mundial. Como na cabeceira da pista de decolagem, corria o imponente rio Cocó, os aviões subiam na rota do Cocó – “The Coco Route”, em inglês. Anos depois, construíram algumas casas, entre cajueiros e denominaram aquelas redondezas de Cocorote – obviamente em “cearensês”. Foi ali, antes de nascer o bairro da Aerolândia, que armado de um bambu, derrubei infinitos cajus. Minha primeira bravura em um mundo selvagem.

Gostaria de lembrar uma história que ouvi da vovó Maria Cristina quando me punha para dormir. Ela embalava uma rede e me embriagava de sono com as travessuras de Pedro Malazarte, figura do folclore nordestino. Há pouco, bisbilhotando uma livraria, achei um Pequeno Dicionário de Lendas, Fábulas e Contos Populares Nordestinos. Havia uma seção todinha para o tal Pedro Malazarte, peralta imaginário, aprontador de estripulias e que sempre se safa com uma lição de moral. Li o livro inteiro e não consegui associar nenhum dos relatos aos resíduos que ainda guardo dessas histórias fabulosas de minha infância. Se me lembrasse, emolduraria em minha sala. Com elas, iniciei-me pelo mundo da ficção, do romance. Com a voz doce de minha avó, viajei por mundo imaginários onde os gatos falavam, as botas papavam léguas e o final sempre era feliz.

Gostaria muito de lembrar da primeira música que ouvi em um ambiente evangélico, nos corredores da Liga Evangélica de Assistência – que abriga pessoas idosas e é mantido pela igreja presbiteriana. A família que me evangelizou, visitava esse abrigo todas as tardes de domingo, realizando culto entre os velhinhos. Logo ouvi cantando acompanhado por uma sanfona um homem cego, negro e com uma deformidade na pele horrível. Horrorizei-me com sua aparência: as pontas do seu nariz e orelhas cresciam como cogumelos gigantes. Mas sua música me marcou profundamente.

Narrava a vida dos personagens bíblicos que muito padeceram; depois afirmava que mesmo não possuindo nada nesse mundo, tinham o amor de Deus: “E por isso eram mais que milionários”. Se pudesse me lembrar dessa música, pediria para nunca mais cantarem “Parabéns para você” no meu aniversário. Esse seria o hino de minha vida. Para nunca esquecer que comecei a minha carreira cristã num asilo de velhos; ouvindo um cego negro e doente cantar que era mais que milionário.

Gostaria muito de me lembrar dessas coisas para ser grato, ser para sempre grato; ser com o meu coração, com o espírito grato a Deus, ele que me traz em seu regaço desde as minhas origens e com mãos de joalheiro escreve a minha história.


Ricardo Gondim

Da superficialidade à maturidade

Vivemos a era da superficialidade. Tanto é assim, que um dos maiores fenômenos da atualidade é o Twitter, microblog no qual as postagens não podem exceder 140 caracteres. Um amigo, editor de um blog muito acessado, disse-me que quando ele posta textos com mais de quatro parágrafos, quase ninguém lê. Se a pessoa não lê algo que tenha mais de quatro parágrafos, como vai ler Guerra e Paz, Os miseráveis, ou Os Sertões?

Nos relacionamentos há muita superficialidade. “Ficar” tornou-se uma modalidade de relacionamento amoroso, lembrando que esse ficar é dar uns beijos ou algo mais, por apenas um evento. Nem precisa ligar no dia seguinte. Tempos rasos.

Essa cultura da superficialidade foi levada para o campo religioso. Hoje se vive muito claramente uma religião de mercado. Aquela que oferecer o melhor “produto” terá mais “clientes”, ou melhor, fiéis. Fiéis é modo de dizer, porque só serão fiéis enquanto houver conveniência. No dia em que aquela religião não mais lhe servir, muda pra outra mais adequada aos estímulos de consumo.

O “ficar” migrou para a experiência religiosa. A pessoa “fica” com Deus. Vai a uma igreja, sente um friozinho na espinha, tem uns êxtases, é gostoso, mas depois que sai daquele ambiente não “assume” Deus na vida diária.

Pode ser também a superficialidade baseada na necessidade de algo. A pessoa está numa enrascada, quer passar num concurso, quer arrumar alguém para casar, então vai à igreja pra ver se Deus arruma isso pra ela. Enxergam a igreja como uma fornecedora com grandes prateleiras onde produtos são oferecidos. Ora, isso não é espiritualidade, é consumismo.

Então Jesus morreu na cruz pra isso? Para que as pessoas fiquem olhando para o próprio umbigo e fazendo “campanhas” de oração pra arrumar marido, conseguir um carro novo e coisa e tal? Não, definitivamente, não. Isso é ser superficial demais!

O convite de Jesus é para rompermos a superficialidade e explorarmos águas mais profundas.

Quantos cristãos ainda são imaturos na fé? Eternamente perguntando se pode fazer isso ou aquilo, melindrados e magoados por qualquer coisa, incomodados com qualquer cisco no olho do outro, mas sem enxergar as traves no próprio.

Quantos não conseguem fazer qualquer abstração e levam tudo ao pé da letra? Se não há capacidade de abstração, como entender que Jesus é a porta, a água, o pão, o vinho, o caminho? Quem leva a bíblia ao pé da letra é um imaturo na fé. Como vai entender, por exemplo, as parábolas de Jesus?

Há um convite à maturidade, para deixar essa relação utilitária com Deus, do toma lá, dá cá: “toma lá minhas orações, meus jejuns, minhas vindas à igreja, minhas ofertas… dá cá a minha benção, minha vida blindada, meus livramentos”.

A maturidade nos leva a uma relação de cooperação com Deus. Não ficar esperando Deus fazer as coisas por si e pelo mundo, mas se colocar como cooperador para realizar transformações junto com Deus, ser um agente de transformação. Mas isso exige um abandono do superficial para uma relação madura com Deus e com a vida.


Márcio Rosa da Silva

Cadeiras

Mas uma do Rob Bell depois de um bom tempo sem nenhuma postagem dele no blog.




A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

O nome da História

A eremita trouxe as xícaras de chá e sentou-se de frente para o adolescente na mesa de madeira debaixo da pérgula, junto de onde ele tinha deixado a bicicleta. Tomaram um gole em sincronia e resvalaram numa página de silêncio enquanto observavam o ocre sem limites de Val d’Orcia.

– Em que você está pensando? – ela disse.

– Que talvez Deus não exista.

Ele tomou mais um gole, mas ela franziu um pouco a testa e não soube preservar o silêncio que ele talvez esperasse.

– Eu às vezes oro para que Deus não exista – ela disse de repente, a xícara junto ao peito como uma vela numa procissão.

– Como assim?

– Não sei. Às vezes penso que seria belíssimo se Deus fosse uma invenção dos homens.

– Não sei – ele coçou a barba rala. – Eu preferia que Deus fosse mais importante do que uma boa alucinação.

– É que – ela gastou um instante juntando palavras para descrever o irromper de sangue que trazia dentro do peito – isso se ajustaria perfeitamente ao Deus que eu gostaria de adorar e servir. Um Deus que se permitisse criar. Que se permitisse aperfeiçoar.

– Mas, que se fosse assim, seria para sempre subalterno aos homens.

– Não vejo porquê – ela foi sincera. – Talvez tudo no universo seja subalterno aos homens, menos esse Deus.

– Você está de novo entrando em terreno de excomunhão.

– E você veio buscar companhia num eremitério – ela explicou, vagamente irritada.

E voltaram a habitar o silêncio. Ele arriscou olhá-la por um instante, depois fechou os olhos e meneou a cabeça para capturar o dia no cheiro do vento.

– Acho que tudo está ligado – ela não resistiu – a essa coisa humana de contar histórias. Histórias que tenham começo, meio e fim. O desejo de ouvir e contar histórias é parte da nossa própria estrutura. O homem é maior que os anjos, mas interrompe o que estiver fazendo para dobrar-se à superioridade da narrativa. O universo inteiro é menor que a menor parábola.

– Você está querendo dizer que Deus é uma ficção.

– Não, estou dizendo que as histórias podem ser indicação de Deus – ela corrigiu, e apertava a xícara entre os dedos como se o calor da tarde não bastasse para aquecê-la. – E que nós, seres humanos, somos feitos de tal forma que o universo é regido de acordo com as histórias que contamos. Quando as ficções mudam, o mundo muda em conformidade.

– Isso é porque contamos histórias para inventar um sentido para o mundo – ele conformou-se ao papel de antagonista que no rumo da conversa ela havia destinado para ele. – A ficção dá a ordenação que o mundo por si mesmo não tem. Para ouvir histórias é preciso contribuir com uma espécie de “submissão experimental”, uma ingenuidade assumida de caso pensado. Fazemos isso na esperança de encontrar um sentido para a coisa toda. O que você está dizendo é que Deus não passa do resultado mais elevado desse tipo de experimentação. A maior história jamais contada, por assim dizer.

– Quero dizer que acho que Deus existe mesmo, mas que só se manifesta na ficção.

– O que é absurdo – ele disse, e imediatamente lamentou não ter um argumento melhor para interpor.

Ele mudou de posição no banco e uma perna roçou por um instante a meia preta dela. Ela recuou imediatamente, mas mais por coordenação fraternal do que por verdadeiro constrangimento. Nunca falariam a respeito disso, mas sabiam que não fosse a diferença abismal de idade teriam juntos explorado em redemoinho as camas do verão. Nem os votos dela nem o constrangimento dele teriam se colocado no caminho.

– E há algo sobre Deus que não seja absurdo? A ortodoxia, que é conservadora, insiste nisso. A liturgia. Nossa amizade é absurda.

Ele tomou o último gole e afastou a xícara para o centro da mesa. Depois alçou uma perna para cima do banco, apertou-a junto do corpo e apoiou o queixo no joelho. Ela olhava com um vago sorriso para um ponto no ar.

– Estou aqui tentando lembrar o nome de uma história de Jorge Luis Borges sobre um agente secreto num país estrangeiro que mata um homem só por causa do nome dele. Eles conversam um pouco sobre destino, vida e morte e depois o sujeito mata esse civil desconhecido só porque o nome dele, quando a notícia do assassinato saísse no jornal, serviria de senha para que a organização do agente deslanchasse alguma mobilização de guerra.

– E por que você quer lembrar o nome da história?

– Não sei. É que a ideia do conto se tornou de imediato uma obsessão para mim, essa de matar uma pessoa só para passar uma mensagem – ela finalmente olhou diretamente para ele. – Você me mataria para passar uma mensagem? Como posso saber se você não tem um revólver nessa mochila?

– Você não tem o nome certo – ele disse, e procurou o horizonte. – Não é a mensagem que eu quero passar.

Ela baixou a cabeça e sorriu, imediatamente irritada por ter se permitido irritar tão facilmente. Ela às vezes esquecia que ele era homem, mas isso só até que ele a fizesse lembrar do jeito mais inequívoco. Que os homens cedessem tão facilmente ao seu próprio arquétipo era, por si mesmo, o grande arquétipo masculino.

– A pergunta que você na verdade quer me fazer – ele adivinhou, – é se eu mataria Deus para passar uma mensagem.

E olhou para ela.

– A pergunta que eu quero fazer – ela exigiu, muito empertigada, – é se Deus se deixaria matar para passar uma mensagem.


Paulo Brabo

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Para pensar um pouco

"A modernidade é a era que deslocou Deus como o foco para a unidade significado do ser. O que quero dizer com isso? Antes de tudo, que as funções atribuídas a Deus não foram abolidas, mas trocadas - relocadas, como se diz hoje. [...]. Deus não é mais necessário para dar conta da coerência e significado do mundo, de forma que o assento da racionalidade e do significado se torne não o mundo, mas a razão e a vontade humana" (Gunton, 1993:28). Conlin Gunton, The One, the Three and the Many: God, Creation and the Culture of Modernity. The 1992 Bampton Lectures. Cambridge: CUP, 1993

Ou seja, a compreensão do mundo contemporâneo passa pelo rastreamento da funções divinas relocadas na cultura secular, e pela compreensão da relação que o homem "secular" tem com os objetos que absorveram essas funções.


Guilherme de Carvalho

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Como pintar de Deus


Quand l'oiseau arrive/ […] Observer le plus profond silence. Quando o pássaro chegar/ [...]/ observe o mais profundo silêncio. (Jacques Prévert)

[...] fez-se silêncio no céu [...]. (Apocalipse 8:1)

Comece apagando o título desse texto, ele não passa de propaganda enganosa. Em que tela poderíamos pintar tal Criador? Contente-se com algumas pinceladas, em vê-lo, como fez Moisés, passar de costas; aí, então, poderemos começar a ver alguma coisa. Também não tema estar cometendo o pecado da idolatria, pois o que ofende a Deus não é representá-lo, é colocar algo no lugar d’Ele.

Um pastor amigo quis por na sua comunidade, ao lado de João 3:16, o detalhe do rosto de Jesus deCristo Crucificado, de Velasquez. Há quem tenha dito que sairia de lá por causa disso, mas a mesma pessoa não se incomoda com desenhos do Senhor em revistas de escola dominical, nas lições dos pequeninos, em desenhos animados ou em peças (afinal, continua sendo uma representação). Aliás, tema o pecado da idolatria sim, é provável que você já o tenha cometido antes. Como saber que a imagem que você tem na cabeça de Deus não está no lugar dEle? Na verdade, dEUs está por trás de toda idolatria. No fundo dos olhos de quem ora, muitas vezes, se vê um espelho. Uma idéia errada de Deus, algo que nos impede de conhecê-lo de verdade, é tão idólatra quanto uma imagem de escultura.

Então, para começar a pincelar, ou seja, vê-lo como Ele é, quebre todos os ídolos, rasgue todas as telas, delete todos os arquivos. É necessário nascer de novo; se isso já aconteceu e você se gaba disso, é necessário nascer de novo. Faça isso quantas vezes for preciso, a idolatria é mestre na arte de enganar. Lembre-se que sempre que estivermos diante de Deus, não há espaço para arrogância, pois nossa vida acaba sendo quebrada como galho seco. A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas que, diante da simples visão de um anjo ou algo do poder de Deus, ficaram apavoradas pensando que iriam morrer. Falo em “simples visão” porque estou comparando com Deus, pois para nós um anjo já é algo apavorante por causa do nosso pecado. Graças a Deus pelo “não temas”, pois sempre significa mensagem de aceitação, por não levar em conta a multidão das nossas dívidas.

Calvino afirma, na verdade ele estava citando Paulo, que, por sua vez, estava concordando com vários salmos, que é bom olhar para duas realidades. A primeira é a Criação, algo fora do homem. Para nossas pinceladas, dê uma olhadinha numa tempestade, ela nos lembra que nós somos nada (penso que Lutero aprendeu essa lição). Eu, particularmente, gosto de olhar árvores e pôr-do-sol; de sentir o cheiro de capim cortado e das flores; e ouvir o “louvorzão” dos passarinhos, pois sei que eles nem sabem que estou olhando. Já reparou no vento? Tanto faz ser a brisa ou o impetuoso, pois Ele sopra onde quer. Não se esqueça de olhar para as coisas boas da vida, elas também fazem parte da Criação: uma criança sorrindo, uma piada bem contada, o abraço da vovó, almoço de domingo, essas coisas que fazem tudo parecer o céu. Peça perdão e perdoe. Tenha um pai e uma mãe, não precisa ser os que te tiveram, mas, se forem eles, é melhor ainda. Tenha boas amizades, isso é muito importante, pois Deus nos deu uma dica para o quadro quando disse ser nosso amigo. Ame alguém e se deixe ser amado. Por ser noivo, mesmo não sendo dos melhores, entendo melhor, guardadas as infinitas proporções, porque Deus é amor.

Mas não pare aqui, de jeito nenhum, estamos apenas começando, não deixe que Pã (lembre de panteísmo) também te engane. A segunda coisa que Calvino, Paulo e os salmistas nos mandam olhar está dentro de você, atento leitor, isto é, sua própria consciência, os conceitos de certo e errado que você tem. Eles não foram aprendidos somente com a cultura, como nos lembra Lewis, pois muitos fazem parte do que o nosso amigo inglês chama de Lei Natural, Tao para os mais íntimos de A abolição do homem. Como ele nos mostrou, é natural as culturas não acharem muito legal alguém matar a mãe, não agir com caridade, não respeitar os mais velhos, pegar a mulher do outro etc. Alguns teimam em citar casos isolados como se fossem provas da não universalidade das idéias de certo e errado, ao invés de entenderem apenas como exceções à regra. Para piorar, citando mais uma vez Lewis (Cristianismo Puro e Simples), além de sabermos da existência da Lei Moral, não conseguimos praticar integralmente aquilo que achamos certo.

Mas que bom que o Senhor nos diz: “não temas”, pois, como nos ensinou Blaise Pascal, “o conhecimento de Deus sem o da própria miséria produz orgulho. O conhecimento da própria miséria sem o de Deus produz o desespero. [...] Jesus Cristo é um Deus do qual nos aproximamos sem orgulho e perante o qual nos humilhamos sem desespero”.

Por falar em Jesus, acho que nossas pinceladas estarão indo muito bem se olharmos para Ele, pois, segundo suas próprias palavras, quem o vê está diante do Pai. Mas, como cantaram os Vencedores por Cristo,“muito embora um só Jesus exista, nem todos sabem vê-lo como é”. Qual você prefere? O menino segurando um cordeiro do início do Cristianismo? O legionário romano matando um dragão quando o Império se tornou oficialmente cristão? O germânico alto, loiro e de olhos azuis do período dos reinos bárbaros? O das revistas de Escola Dominical? O de Velasquez? O Jesus filósofo-comunista-hippie-naturalista da galera de hoje? Ou você já criou o seu? Delete todos esses, comece de novo. Olhe para o Jesus que recebeu as crianças; que sabia que o fluxo da mulher tinha cessado, mas queria que o mesmo acontecesse com a sua humilhação; aquele que perdoou a adúltera, a prostituta, o corrupto, o fariseu (acredite, está na Bíblia) e que pode perdoar você, caso vá até Ele.

Como dar umas pinceladas de Deus, ou melhor, como ajudar os outros a verem o Pai? Mostre o Jesus das Escrituras, Aquele que fez a Eternidade caber dentro de uma barriga de mulher, dormir numa manjedoura, andar de jumentinho e levou todos os nossos pecados sobre Ele. O Cristo que desceu ao Hades, ressuscitou, foi aos céus, habita em nós por meio do Consolador e há de voltar para sua Noiva. Quem tem olhos para ver faça silêncio diante do Rei dos reis e veja; não deixe de ir até Ele, pois sua promessa é de que não rejeitará quem O procurar.

Flávio Américo
Aliança Bíblica Universitária do Brasil

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Roda viva

Mais uma do Chico.



"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração..."


A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O vencedor


"Olha lá, quem vem do lado oposto
Vem sem gosto de viver
Olha lá, que os bravos são
Escravos sãos e salvos de sofrer
Olha lá, quem acha que perder
É ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
Vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
Só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Por que será?
Eu que já não sou assim
Muito de ganhar
Junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz"


A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A teoria moral da manga

O velho caipira, com cara de amigo, que encontrei num Banco, estava esperando para ser atendido. Ele ia abrir uma conta. Começo de um novo ano... Novas perspectivas...E como não podia deixar de ser, também começou ali um daqueles papos de fila de banco. Contas, décimo terceiro que desapareceu, problemas do Brasil, tsunami... Será que vai chover?
Mas em determinado momento a conversa tomou um rumo: "- Qual é então o maior problema do Brasil para ser resolvido? "E aí o representante rural, nosso querido "Mazaropi da modernidade" falou com um tom sério demais para aquele dia:

" - O Maior Problema do Brasil é que sobra muita manga!"

Tentei entender a teoria...Fez-se um silêncio e ele continuou: " - O senhor já viu como sobra manga hoje debaixo das árvores? Já percebeu como se desperdiça manga? "Sim... Creio que todos já percebemos isto... Onde tem pé de manga, tem sobrado manga...E aí ele continuou:

" - Num país onde mendigo passa fome ao lado de um pé de manga... Isso é um absurdo! Num país que sobra manga tem pouca criança. Se tiver pouca criança as casas são vazias... Ou as crianças que tem já foram educadas para acreditar que só "ice cream" e jujuba são sobremesas gostosas. Boa é criança que come manga e deixa escorrer o caldo na roupa... É sinal que a mãe vai lavar, vai dar bronca, vai se preocupar com o filho. Se for filho tem pai...

Se tiver pai e manga de sobremesa é por que a família é pobre... Se for pobre, o pai tem que ser trabalhador... Se for trabalhador tem que ser honesto... Se for honesto, sabe conversar... Se souber conversar, os filhos vão compreender que refeição feliz tem manga que é comida de criança pobre e que brinca e sobe em árvore... Se subir em árvore, é por que tem passarinho que canta e espaço para a árvore crescer e para fazer sombra... Se tiver sombra tem um banco de madeira para o pai chegar do trabalho e descansar...

Quem descansa no banco, depois do trabalho, embaixo da árvore, na sombra, comendo manga é por que toca viola... E com certeza tá com o pé na grama... Quem pisa no chão e toca música tem casa feliz... Quem é feliz e canta com o violeiro, sabe rezar... Quem sabe rezar sabe amar... Quem ama, se dedica... Quem se dedica, ama, reza, canta e come manga, tem coração simples... Quem tem coração assim, louva a Deus.

Quem louva a Deus, não tem medo... Nada faltará porque tem fé... Se tiver fé em Deus, vê na manga a providência divina... Come a manga, faz doce, faz suco e não deixa a manga sobrar... Se não sobra manga, tá todo mundo ocupado, de barriga cheia e feliz. Quem tá feliz... Não reclama da vida em fila do banco... "

Daí fez-se um silêncio...


Rubem Alves

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um pouco de São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna...


Francisco de Assis

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Uma rápida sobre: Música

A questão é que na igreja, e somente na igreja, graduamos as músicas como sagradas ou profanas, de Deus ou do mundo. Isso é um erro.

Paulo nos diz que a graça foi derramada sobre toda carne e que existe virtude nas pessoas à partir de sua gênese, que é a imagem e semelhança de Deus. Portanto, a beleza habita toda terra e a criatividade, toda criatura.

Existe música boa e música ruim, música profunda e inteligente e música superficial e vazia.

Paulo ainda nos diz em Filipenses que: “tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” Esse é o critério.

Uma outra coisa é que toda a Bíblia é verdade, mas nem toda verdade está na Bíblia. Muitas das músicas, poesias, textos acadêmicos que ouvimos, lemos e estudamos, expressam verdades que combinam com a verdade bíblica e precisam ser consideradas.


Fabricio Cunha

domingo, 2 de outubro de 2011

Uma rápida sobre: Oração

A oração é o instrumento espiritual que nos aproxima da verdadeira realidade.

É quando o transcendente e o intangível tocam a concretude e realizam na vida real o que é espiritual e também quando assumimos que consideramos uma dimensão maior do que aquilo que podemos ver e tocar e a buscamos, de forma que essa nova dimensão, que não podemos ver, nem tocar, afete tudo o que vemos e tocamos.

Quem não ora, vive a virtualidade de uma vida dominada pelo ego, pelas aparências, pelas vontades superficiais, pela imaturidade existencial, pois a oração é o instrumento de Deus para mudar os nossos corações. Quem ora, aproxima-se do Deus que está sempre perto e, ao fazê-lo, O conhece e conhece-se a si mesmo(a).

E não há melhor senso de realidade do que olhar para o mundo e para si, com um coração transformado pela proximidade a Deus, que nos dá a noção correta de quem somos e do que verdadeiramente é a vida.

Esse é o fruto da oração.


Fabricio Cunha
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