quarta-feira, 31 de março de 2010

Para fechar o mës

Ai vai mais uma do Terra dos Palhacos, e agora com o Paulinho falando, vale a pena, pelo menos eu acho, rs. Caso eu náo post nada até a páscoa, bom feriado a todos!!!




A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

O amor é mestre

MEUS IRMÃOS, não temam o pecado, amem o homem mesmo no pecado, é isso a imagem do amor divino, um amor como não há maior na terra. Amem toda a criação no seu conjunto e nos seus elementos, cada folha, cada raio de luz, os animais, as plantas. Amando cada coisa, compreenderão o mistério divino nas coisas. Tendo-o compreendido uma vez, vocês o conhecerão sempre mais, a cada dia. E acabarão por amar o mundo inteiro com um amor universal...... o amor é mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar de facto, não por um instante, mas até o fim. Qualquer um, até mesmo um criminoso, é capaz de um amor fortuito.


O Stárets Zósima de Fiódor M. Dostoiévski em "Os irmãos Karamázov"

segunda-feira, 29 de março de 2010

A quem devemos temer

Nunca devemos ter medo de ladrões ou assassinos. São perigos externos e os menores que existem. Temamos a nós mesmos.Os preconceitos é que são os ladrões; os vícios é que são os assassinos. Os grandes perigos estão dentro de nós. Que importância tem aquele que ameaça a nossa vida ou a nossa fortuna? Preocupemo-nos com o que põe em perigo a nossa alma.


Victor Hugo em "Os Miseráveis"

O amor é vida

O amor é vida.
Tudo, tudo o que eu compreendo, compreendo porque amo.
Tudo é unido pelo amor apenas.
O amor é Deus, e morrer significa que eu, uma partícula do amor,
retornarei à fonte geral e eterna.


Liev Tolstói

domingo, 28 de março de 2010

Sobre todas as coisas

Bem, não consigo ver deteminadas menifestações musicais ou culturais como satânicas ou malignas, antes pelo contrário, a multiforme manifestação cultural no ser humano, aponta diretamente para um Deus generoso que é absolutamente apaixonado pela arte, música e cultura. E no máximo consigo separar música boa de música ruim, rs.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

sábado, 27 de março de 2010

Deus entre as pessoas

Quando perguntavam a Martin Buber - o grande filósofo e teólogo judeu - "Onde Deus está?", ele foi suficientemente esperto para não dar a resposta estereotipada: Deus está em toda parte, Deus é encontrado nas igrejas e sinagogas.

Buber respondia que Deus está nos relacionamentos. Deus não é encontrado nas pessoas, mas entre as pessoas. Quando duas pessoas estão verdadeiramente em sintonia uma com a outra, Deus se aproxima e preenche o espaço entre elas para que fiquem unidas. Tanto o amor quanto a verdadeira amizade são mais do que apenas uma forma de saber que somos importantes para alguém. Eles são uma maneira de levar Deus para um mundo que, de outro modo, seria um vale de egoísmo e solidão.


Harold Kushner

Fico sempre desconfiado

Fico sempre desconfiado de livros e artigos que nos dizem 'Mude uma só coisa na sua vida e a felicidade será sua', seja nos hábitos alimentares, seja no trabalho, ou na maneira de nos relacionarmos com nossos maridos ou mulheres. A vida é muito complicada para que a mudança de uma variável faça tanta diferença. Mas, quanto mais eu, como religioso lido com os problemas das pessoas, e quanto mais eu, como marido, filho, pai, irmão e amigo, aprendo a olhar para a minha própria vida honestamente, mais convencido fico de que uma explicação para muito desses sofrimentos poderia estar nesta noção errónea: temos que ser perfeitos para sermos amados pelas pessoas e perdemos esse amor se, alguma vez ficarmos aquém da perfeição. Há poucas emoções mais capazes de nos deixar mal em relação a nós mesmos do que a convicção de que não merecemos ser amados. E poucas coisas são mais decisivas para gerar essa convicção do que a idéia de que toda vez que fazemos algo de errado damos a Deus, e às pessoas mais achegadas a nós, razões para não nos amarem.


Harold Kushner, em "O quanto é preciso ser bom?"

sexta-feira, 26 de março de 2010

Criativo

Aqui vai uma otima do Terra dos Palhaços, salve Botelhos, rs.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

O amor é um grande medo

O ambiente é dominado pela lógica do tipo masculina, a que aprendemos para nos preservar quando nossa fantasia de machos triunfantes é ameaçada. Tudo organizado para que os afetos não apareçam. O cheiro é de traição, suspeita e morte. Tramam contra o Mestre. Ele vai morrer. Mas ninguém se queixa. Ninguém chora. Ninguém se descontrola e ama.

Dentro da casa, graças à superficialidade, quem sabe mantida pelos grandes temas, sempre tão acima do chão doído da vida, o grito desesperado da alma não é indomável. O heroísmo é a vitória da fleuma e toda indiferença é uma bravura. Coragem demais para não deixar por menos.

O silêncio dos afetos, tão bem calado pelos grandes, sérios e generalíssimos assuntos, é interrompido pelo ruído desastrado da cerâmica em cacos. Após o som inesperado segue o cheiro doce que queima as narinas. O amor desorganiza. No chão, os cacos, nas mãos afoitas de uma extravagante, o perfume irreversível embalsama o que ainda vive. Há uma Maria cujo maior medo vence todos os demais: de não ter amado muito. Porque todo amor é um grande medo. Medo demais para não viver demais.

Mas a razão moral é a presunção de que se pode restaurar a ordem e recolher os afetos. O que a mulher fez foi um desperdício, uma imoralidade. Todos a repreendem como que se fosse possível juntar os cacos e reverter o perfume derramado. O reverso do reverso. A culpa que mata para que a vida volte a ter ordem.

Jesus, liberto das superfícies lustradas como o perfume da garrafa, sai em socorro de sua redentora. Deixem-na em paz. Ela fez o que pôde. Porque o amor não é o dever dos virtuosos, mas a possibilidade dos fracos. É a vida intensificada pelo desespero. E desesperar é poder não esperar mais.

Amar é tocar com a intensidade de quem o faz pela última vez. Quem ama embalsama em cada toque.

Como no bolero. Besame, besame mucho, como si fuera esta noche la ultima vez. Besame mucho, que tengo miedo perderte, perderte después.(…)Piensa que talvez mañana yo estaré lejos, muy lejos de ti.(Consuelo Velásquez)


Elienai Cabral Junior

segunda-feira, 22 de março de 2010

Mais uma do projeto Plataforma

Ai vai, agora do Silvestre, rs.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

Missão Transformadora

"A missão é o sim de Deus ao mundo; a participação na existência de Deus no mundo. Em nossa época, o sim de Deus ao mundo revela-se, em grande medida, no engajamento missionário da igreja no tocante às realidades de injustiça, opressão, pobreza, discriminação e violência."


David Bosch, em Missão Tranformadora editora Sinodal

Carlinhos again

Mais uma do Carlinhos e do projeto Plataforma.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Siva

domingo, 21 de março de 2010

A grande provação de Abraão

“Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas”.

Ler Hebreus 11.8-22

Por ser o primeiro e maior dos santos patriarcas, Abraão tem que passar por provações verdadeiramente patriarcais, que seus descendentes não teriam podido suportar.

Nessa passagem, a Escritura diz expressamente que Abraão foi provado por Deus, não pela mulher, nem pelo ouro, nem pela prata, nem pela morte, nem pela vida, mas pela contradição das Sagradas Escrituras. Pois aqui, Deus se contradiz abertamente. Não diz que viria um ladrão para raptar seu filho secretamente, pois, neste caso, Abraão ainda poderia ter tido esperança de que seu filho viveria e voltaria para casa. Mas abraão recebe a ordem de matá-lo com suas próprias mãos, para que não restasse dúvida nenhuma que Isaque estava realmente morto.

Esta provação não pode ser vencida, e é mais do que evidente que não a podemos compreender. Quando Deus manda matar o filho, não resta a mínima esperança. Ele simplesmente coloca Abraão diante da contradição. E que Deus até então parecia ser seu melhor amigo, revela-se agora inimigo e tirano.

Neste ponto, a razão humana simplesmente chegaria à conclusão de que ou a promessa era falsa ou a ordem não procedia de Deus, mas do diabo. Pois se Isaque deve ser morto, fica anulada a promessa. Agora, se a promessa é válida, então é impossível acreditar que a ordem de matá-lo tenha partido de Deus.

Abraão, apesar da manifesta contradição (pois não há meio-termo entre vida e morte), não se afasta da promessa, mas acredita que seu filho, que está para morrer, terá descendência. Desta forma, Abraão apega-se à promessa e reconhece que Deus pode trazer seu filho morto de volta à vida… Assim, Abraão compreendeu o artigo da ressurreição dos mortos, e, unicamente com este artigo, conseguiu superar aquela contradição que não pode ser superada de outra forma. E não é sem motivo que sua fé é exaltada pelos profetas e apóstolos. Ele pensou assim: Hoje tenho um filho; amanhã não terei nada senão cinzas. As cinzas ficarão espalhadas por não sei quanto tempo, mas, por outro lado, tornarão a receber vida, se não durante minha vida, então, talvez, mil anos depois de minha morte; pois a palavra me diz que terei descendência por meio desse Isaque reduzido a cinzas.

Esse consolo deve ficar. O que Deus disse, isso ele não muda. Se você é batizado, e se no batismo você tem a promessa de Deus, saiba que essa palavra é imutável, e dela você não deve afastar-se.


Martinho Lutero

Nele esperarei ,Carlinhos Veiga

Ai vai uma do Carlinhos, boa pra variar, rs.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

quarta-feira, 17 de março de 2010

Poder e sucesso, justiça e santidade

A nossa esperança e o nosso testemunho não podem ser fundados na fé em Deus-poder ou na divinização de alguma pessoa, grupo social ou instituição. A fé cristã nos apresenta um caminho inverso: ao invés da divinização de um ser humano muito poderoso ou de alguma instituição social (como o mercado) ou religiosa – proposta sedutora de muitas religiões e ideologias sociais –, o Evangelho de Jesus nos propõe um Deus que se esvazia do seu poder divino para entrar na história como escravo, e como escravo se assemelhar ao humano (Filipenses 2.6,7).

Deus se revela no esvaziamento do poder para mostrar que o poder e o sucesso não são sinônimos da justiça e da santidade. Pessoas ou igrejas que se consideram justas e santas porque são ricas e/ou poderosas ou porque têm muito ibope não conhecem a verdade sobre Deus e sobre o ser humano. Não é a riqueza que lhes dá dignidade e justifica a sua existência; a nossa existência está justificada e nós somos dignos antes da riqueza, poder ou sucesso, pois nós somos justificados pela graça de Deus que se esvaziou do poder porque ama gratuitamente a toda a humanidade e a toda a criação.

Essa fé e esperança podem ser experienciadas quando perseveramos na nossa opção pelos pobres e por uma Igreja mais servidora do Povo de Deus, mesmo quando a contabilidade de nossa luta e a frustração pessoal nos diz que não há mais por que esperar. No momento em perseveramos somente porque amamos é que podemos testemunhar esta esperança que é a esperança cristã, que nasce da morte na cruz de um Deus encarnado.


Jung Mo Sung

Súplica pelos que choram

Pai Celestial, hoje erguemos nossas vozes em intercessão pelos que choram seus mortos.

Reconhecemos que és Deus de amor e bondade, Deus de toda consolação, pleno em compaixão e rico em misericórdia, e por isso clamamos que derrames sobre todos os corações porção suficiente de tua paz que excede todo o entendimento.

Rogamos que tomes pela mão aqueles que estão perdidos em meio à escuridão, amedrontados no vale da sombra da morte, e os conduza em serenidade para a luz, dando-lhes novo frescor para a alma, renovando-lhes a esperança para a construção do amanhã, firmando-lhes os pés para a continuação da jornada, devolvendo-lhes a força para viver.

Rogamos que enxugues cada lágrima, recebendo-as como a mais pura oração, acolhendo-as como tributos aos que se foram, dando-lhes sentido e significado, transformando-as em memórias felizes e lembranças de amor e saudade que produzam frutos de vida.

Rogamos que com tua presença amorosa preenchas o vazio deixado pelas ausências, suprindo as faltas, recolhendo em teu colo de Pai cada um dos que hoje choram e dando-lhes a provisão em resposta às suas aflições, angústias e medos, mostrando-te companheiro e parceiro para a vida que segue.

Rogamos que consoles as mães e pais que perderam seus filhos e filhas, os apaixonados que perderam seus amores, as crianças que perderam seus pais, os amigos que perderam seus pares, e que derrames porções de amor suficiente para que a falta dos que se foram seja redimida por reconciliações, aproximações e aprofundamento dos laços de afeto de todos quantos ainda temos vida e oportunidade de amar.

Rogamos a ti, que és o Senhor da vida, que detenhas o poder da morte, e cuides dos que estão vestidos de luto para a que a morte de seus amados não lhes roube a alegria de viver; clamamos que detenhas o poder destrutivo desta tragédia, inspirando atos de solidariedade, compaixão e comunhão; e suplicamos que transformes a indignação e revolta destes dias em sementes que floresçam para a beleza e frutifiquem para a justiça.

Rogamos, nosso Pai, que fortaleças aqueles que perderam seus amados para que ergam memoriais de honra aos que se foram, para que vençam a morte com a insistência em viver, o medo com fé, a desesperança com a insistência em semear a terra regada pelo sangue dos inocentes.

Pai Celestial, em nome de teu Filho Jesus, que venceu a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade, rogamos que envies teu Espírito Santo a consolar todos os que choram, a cuidar dos que estão com o coração quebrantado e a por, sobre os que de luto estão, uma coroa em vez de cinzas, vestes de alegria ao invés de pranto, manto de louvor ao invés de espírito angustiado, afim de que se levantem como carvalhos de justiça, para a tua glória. Amém.


Ed Rene Kivitz

Livre para e por Cristo

"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." Gálatas 2, 20

A grande mudança do Evangelho não é "eu deixar de ser eu", mas "eu render-me à vontade do meu novo Senhor", isto é, não mais o meu eu, mas o Cristo que vive em mim (...) A conversão não implica a despersonalização. A conversão não apaga tudo que vivi e fez de mim o que sou. Mas depois de me render a Cristo, toda a minha vida passa por uma revisão, e muita coisa que eu fazia necessariamente deixo de fazer, e muita coisa que não fazia passo a fazer. Não por obrigação ou culpa, mas por nova orientação da minha vontade; mudou o meu objecto de devoção.

Creio também que as figuras "morte e ressurreição" ou "novo nascimento", que simbolizam o antes e depois da experiência mística-espiritual cristã, não significam que deixei de ser o que sempre fui, mas que passei a viver orientado para outra direcção. Não é que eu mudei; o que mudou foi a maneira como convivo com o que sempre fui, e provavelmente vou continuar sendo.

O extraordinário nisto tudo é que já não sou obrigado a ser o que sempre fui, não estou escravizado a realizar a sina da minha personalidade e cumprir o vaticínio das marcas que a vida deixou em mim. Sou livre. Livre para me reinventar, livre para vir a ser e, inclusive, livre para continuar sendo o que sempre fui, mas relacionando-me de maneira tão diferente comigo mesmo que as pessoas ao meu redor dirão que pareço outra pessoa. Conheci a verdade, e a verdade libertou-me.


Ed René Kivitz, em "Outra Espiritualidade"

terça-feira, 16 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Um Deus desconcertante

O nosso Deus é desconcertante. Quando menos se espera, como que em assalto nocturno, Deus cai sobre uma pessoa, deita-a por terra com uma presença poderosa e inefavelmente consoladora, confirma-a para sempre na fé e deixa-a a vibrar, quem sabe, talvez para toda a vida. Diante de operações tão espectaculares e gratuitas, muitos ficam a perguntar-se: E porque não a mim? A Deus não se podem fazer perguntas. Tem-se de começar por aceitá-Lo tal como Ele é.

A umas pessoas leva-as o Senhor pelas areias do deserto, numa eterna tarde de aridez. A outras deu-lhes uma sensibilidade notável para as coisas divinas, tal como predisposição inata de personalidade e, no entanto, nunca lhes concedeu uma gratuidade infusa propriamente dita. Homens houve na história que jamais se preocuparam com Deus, fosse para atacá-Lo, fosse para defendê-Lo; no entanto, o próprio Deus saiu ao encontro deles com glória e esplendor. Há quem navegue num mar de consolações, desde o nascer até ao pôr do sol da sua existência. Há almas destinadas a fazer da sua peregrinação através duma perpétua noite, e noite sem estrelas. Pessoas há que caminham entre altos e baixos e vaivéns, à luz de sol brilhante ou sob espessas nuvens. Para outros, a vida com Deus é um dia perpetuamente cinzento. Cada pessoa é uma história, e uma história absolutamente única e singular.


Ignacio Larrañaga, em "Mostra-me o Teu Rosto"

domingo, 14 de março de 2010

Viver pensar como Jesus

Quando os olhos de Jesus observavam as ruas e ladeiras, ele sentia compaixão porque as pessoas estavam desorientadas. Ele lamentou por Jerusalém. Suas palavras não vinham carregadas de repreensão e humilhação, castigo e moralismo, acusação e condenação, ridicularização e depreciação, ameaça e chantagem, avaliação e rotulagem.

Sua mente era constantemente habitada pelo perdão de Deus. Ele tomou a iniciativa de procurar os pecadores e justificou sua incrível facilidade e familiaridade com eles por meio de parábolas de misericórdia divina. (...)

Ele era impiedoso somente com aqueles que mostravam desprezo pela dignidade humana, e não tinha compaixão dos que punham intoleráveis fardos nas costas de outros, eles próprios se recusando a carregá-los. Jesus desmascarou as ilusões e boas intenções superficiais dos fariseus pelo que eles eram, chamando-os hipócritas: "Raça de víboras" (Mt 12:34). Ele não compactuava com os que não mostravam misericórdia ou compaixão.

Viver e pensar como Jesus é descobrir a sinceridade, a bondade e a verdade muitas vezes ocultas por trás do grosso e áspero exterior de nossos semelhantes. É ver nos outros o bem que eles próprios não vêem e afirmá-lo em face de poderosas evidências em contrário. (...)


Brennan Manning, em "Convite à loucura"

A Revolução do Amor

O eixo da revolução moral cristã é o amor (Jesus o classificou como o sinal pelo qual o discípulo seria reconhecido). O perigo espreita em nossas tentativas subtis de minimizar, racionalizar e justificar nossa moderação a esse respeito. Oferecer a outra face, caminhar a milha extra, não devolver os insultos, reconciliar-se um com o outro e perdoar setenta vezes sete vezes não são caprichos arbitrários do Salvador. Ele não prefaciou o Sermão do Monte com "seria bom se...". O novo mandamento estrutura a nova aliança no seu sangue. Tão central é o preceito do amor que Paulo o chamou cumprimento da Lei.

Segundo John McKenzie, "a razão demanda moderação no amor, como em todas as coisas; a fé, aqui, destrói a moderação. A fé não tolera um amor moderado por um companheiro humano mais do que tolera um amor moderado entre Deus e o homem". O mandamento do amor é o completo código moral do cristão. Thomas Merton declarou que um "bom" cristão que abriga ódio no coração por qualquer pessoa ou grupo étnico é objectivamente um apóstata da fé.


Brennan Manning, em "Convite à Loucura"

Mais uma do Oficina

Voltando ao bom e velho rock cristão.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

domingo, 7 de março de 2010

Um pouco mais de Tozer

Nosso relacionamento com Cristo é uma questão de vida ou morte. O homem que conhece a Bíblia sabe que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que os homens são salvos apenas por Ele, sem qualquer influência por parte de quaisquer obras praticadas.

"O que devo fazer para ser salvo?", devemos aprender a resposta correta. Falhar neste ponto não envolve apenas arriscar nossas almas, mas garantir a saída eterna da face de Deus.

Os cristãos "evangelicais" fornecem três respostas a esta pergunta ansiosa: "Creia no Senhor Jesus Cristo", "Receba Cristo como seu Salvador pessoal" e "Aceite Cristo". Duas delas são extraídas quase literalmente das Escrituras (At 16:31; João 1:12), enquanto a terceira é uma espécie de paráfrase, resumindo as outras duas. Não se trata então de três, mas de uma só.

Por sermos espiritualmente preguiçosos, tendemos a gravitar na direção mais fácil a fim de esclarecer nossas questões religiosas, tanto para nós mesmos como para outros; assim sendo, a fórmula "Aceite Cristo" tornou-se uma panacéia de aplicação universal, e acredito que tem sido fatal para muitos. Embora um penitente ocasional responsável possa encontrar nela toda a instrução que precisa para ter um contato vivo com Cristo, temo que muitos façam uso dela como um atalho para a Terra Prometida, apenas para descobrir que ela os levou em vez disso a "uma terra de escuridão, tão negra quanto as próprias trevas; e da sombra da morte, sem qualquer ordem, e onde a luz é como a treva".

A dificuldade está em que a atitude "Aceite Cristo" está provavelmente errada. Ela mostra Cristo suplicando a nós, em lugar de nós a Ele. Ela faz com que Ele fique de pé, com o chapéu na mão, aguardando o nosso veredicto a respeito dEle, em vez de nos ajoelharmos com os corações contritos esperando que Ele nos julgue. Ela pode até permitir que aceitemos Cristo mediante um impulso mental ou emocional, sem qualquer dor, sem prejuízo de nosso ego e nenhuma inconveniência ao nosso estilo de vida normal.

Para esta maneira ineficaz de tratar de um assunto vital, podemos imaginar alguns paralelos; como se, por exemplo, Israel tivesse "aceito" no Egito o sangue da Páscoa, mas continuasse vivendo em cativeiro, ou o filho pródigo "aceitasse" o perdão do pai e continuasse entre os porcos no país distante. Não fica claro que se aceitar Cristo deve significar algo? É preciso que haja uma ação moral em harmonia com essa atitude!

Ao permitir que a expressão "Aceite Cristo" represente um esforço sincero para dizer em poucas palavras o que não poderia ser dito tão bem de outra forma, vejamos então o que queremos ou devemos indicar ao fazer uso dessa frase.

"Aceitar Cristo" é dar ensejo a uma ligeira ligação com a Pessoa de nosso Senhor Jesus, absolutamente única na experiência humana. Essa ligação é intelectual, volitiva e emocional. O crente acha-se intelectualmente convencido de que Jesus é tanto Senhor como Cristo; ele decidiu segui-lo a qualquer custo e seu coração logo está gozando da singular doçura de Sua companhia.

Esta ligação é total, no sentido de que aceita alegremente Cristo por tudo que Ele é.

Não existe qualquer divisão covarde de posições, reconhecendo-o como Salvador hoje, e aguardando até amanhã para decidir quanto à Sua soberania.

O verdadeiro crente confessa Cristo como o seu Tudo em todos sem reservas. Ele inclui tudo de si mesmo, sem que qualquer parte de seu ser fique insensível diante da transação revolucionária.

Além disso, sua ligação com Cristo é toda-exclusiva. O Senhor torna-se para ele a atração única e exclusiva para sempre, e não apenas um entre vários interesses rivais. Ele segue a órbita de Cristo como a Terra a do Sol, mantido em servidão pelo magnetismo do Seu afeto, extraindo dEle toda a sua vida, luz e calor. Nesta feliz condição são-lhe concedidos novos interesses, mas todos eles determinados pela sua relação com o Senhor.

O fato de aceitarmos Cristo desta maneira todo-inclusiva e todo-exclusiva é um imperativo divino. A fé salta para Deus neste ponto mediante a Pessoa e a obra de Cristo, mas jamais separa a obra da Pessoa. Ele crê no Senhor Jesus Cristo, o Cristo abrangente, sem modificação ou reserva, e recebe e goza assim tudo o que Ele fez na Sua obra de redenção, tudo o que está fazendo agora no céu a favor dos seus, e tudo o que opera neles e através deles.

Aceitar Cristo é conhecer o significado das palavras: "pois, segundo ele é, nós somos neste mundo" (1 João 4:17). Nós aceitamos os amigos dEle como nossos, Seus inimigos como inimigos nossos, Sua cruz como a nossa cruz, Sua vida como a nossa vida e Seu futuro como o nosso.

Se é isto que queremos dizer quando aconselhamos alguém a aceitar a Cristo, será melhor explicar isso a ele, pois é possível que se envolva em profundas dificuldades espirituais caso não explanarmos o assunto.


A. W. Tozer

Força estranha

Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos. Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se para que possa estar cheio; admite estar errado para que possa ser declarado certo; desce para que possa ir para o alto; é mais forte quando ele é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente o pior. Ele morre para que possa viver; renuncia para que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento.


A. W. Tozer

sábado, 6 de março de 2010

Mágia alguma não poderia

Voltando as minhas origens musicais, ai vai uma das antigas do Oficina, rs.



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva

sexta-feira, 5 de março de 2010

Lampejo

Em se tratando da simplicidade inocente, também nos lembremos da ausência e diluição dela na vida cristã, pois a infância é medida pelos sons, aromas e cenas, antes de surgir a hora sombria da razão e do crescimento.


C.S. Lewis

quinta-feira, 4 de março de 2010

Para entrar no Reino

Para entrar no Reino,
o homem tem de começar por derrubar,
golpe a golpe, a estátua de si mesmo,
renunciar aos próprios delírios e fantasias,
despir-se de vestimentas artificiais
e arrancar máscaras postiças,
aceitar com naturalidade a própria contingência e precaridade,
e apresentar-se frente a Deus como uma criança,
como um pobre e um indigente.


Ignacio Larrañaga

Mais Deus eh Deus em nós

Deus não muda. É o definitivamente Pleno, portanto, Imutável. Está, pois, inalteravelmente presente em nós, e não admite diferentes graus de presença. O que realmente muda são as nossas relações com Ele, conforme o nosso grau de fé e amor. A oração torna mais firmes essas relações, produz uma penetração mais entranhável do Eu-Tu através da experiência afectiva e do conhecimento fruitivo, e a semelhança e união com Ele chegam a ser cada vez mais profundas.

Acontece como um archote dentro de uma sala escura. Quanto mais o archote alumia, melhor se vê a feição da sala, a sala faz-se "presente" ainda que não tenha mudado.

Podemos provar pela experiência que, quanto mais profunda é a oração, mais sentimos a presença de Deus patente e vivo. E quanto mais resplandece a Glória do Rosto do Senhor sobre nós, mais os acontecimentos ficam envoltos em novo significado e a história fica "povoada" por Deus. Numa palavra, o Senhor faz-se "vivamente presente" em tudo.

Quando alguém já «esteve» com Deus, Ele cada vez mais vai sendo «Alguém» por quem e com quem se superam dificuldades e de vencem as repugnâncias (estas convertem-se em doçuras). Assumem-se com alegria os sacrifícios, nasce em toda a parte o amor.

Quanto mais se "vive" com Deus, mais vontade há de estar com Ele, e quanto mais se «está» com Deus, Deus é cada vez mais "Alguém". Abriu-se o círculo da vida.


Ignacio Larrañaga, em "Mostra-me o Teu Rosto"

quarta-feira, 3 de março de 2010

Menos Deus eh Deus em nós

À medida que menos se reza, Deus vai-se esfumando num apagado afastamento. Lentamente vai-se convertendo em simples "idéia" sem sangue e sem vida. Não «dá gosto» estar, tratar, viver com uma «ideia»; também não há estímulo para lutar e superar-se. Assim, Deus vai deixando de ser Alguém e termina por diluir-se numa realidade ausente e longínqua.

Uma vez que nos deixamos cair nessa espiral, Deus lentamente deixa de ser Recompensa, Alegria, Delícia... e cada vez menos se "conta" com Ele. Assim, surge uma crise e já não se recorre a Deus, porque é uma palavra que já "significa" muito pouco para nós. Recorremos a meios psicológicos, ou simplesmente somos arrastados pela crise. (...)

Quando começa a faltar o centro de gravidade de uma vida e ao mesmo tempo se vão abrindo enormes vazios no interior, surgem as compensações humanas como mecanismos de defesa pela lei das mudanças. Com que finalidade? Para cobrir os vazios e escorar o edifício. O edifício chama-se sentido da vida ou também projecto de uma existência.

Quanto menos se reza, menos Deus tem sentido, e quanto menos sentido tem Deus, menos se recorre a Ele. Já não podemos sair da espiral da morte.


Ignacio Larrañaga, em "Mostra-me o Teu Rosto"

segunda-feira, 1 de março de 2010

Nelson Bomilcar, vale a pena ouvir

Segue mais um video do projeto plataforma, agora com Nelson Bolmicar, espero que gostem!!!



A Deus Somente A Glória,
Ricardo A. da Silva
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